sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Será que foi o tempo?

Será que foi o tempo que permitiu que os nossos olhos não se cruzassem novamente, que os nossos corações,sedentos por  paixão, não mais palpitassem á investida de um simples olhar. Ou  será que foi a vida madrasta e gélida que me roubou o teu calor deixando-me abandonada nas trevas que rodeiam e absorvem o resto de vida que há em mim. 
Sim, porque tu eras verdade e  vida, eras o que de melhor havia em mim. De certo sucumbimos á pressão do tempo e da vida que nos empurraram  até ao precipício. 
Agora,nesta escuridão em que mergulhou meu coração prevalece  o silêncio hostilizante, apensas interrompido pelo tic.tac do relógio lentamente torturando-me indicando que o tempo passa e não volta a trás,  deixando no seu decurso  um rastro de destruição. Diz a lenda que o tempo se encarregará de restaurar  os seus próprios estragos... Porém todos sabemos que não passa de uma crença ingênua. 
Agora que o tempo passou ,tornámo-nos estranhos, outrora fomos amantes em segredo, apenas o nosso cúmplice olhar nos denunciava e deixava transparecer o que de tão grandioso nos ia na alma. Agora, esse mesmo olhar tornou-se um ato reflexivo sem qualquer sentimento nobre.

Passas por mim indiferente á minha dor. Sinto uma vontade indomável de sentir o teu calor  uma última vez. Um toque breve e tênue de dedos que no passado se entrelaçaram... E nada mais. Paro na expectativa que chames o meu nome como de uma súplica se tratasse, nada, apenas um silêncio letal e o teu vulto em passo firme a diluir-se na escuridão ...

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