Será que foi o tempo que permitiu que os nossos olhos não se cruzassem novamente, que os nossos corações,sedentos por paixão, não mais palpitassem á investida de um simples olhar. Ou será que foi a vida madrasta e gélida que me roubou o teu calor deixando-me abandonada nas trevas que rodeiam e absorvem o resto de vida que há em mim.
Sim, porque tu eras verdade e vida, eras o que de melhor havia em mim. De certo sucumbimos á pressão do tempo e da vida que nos empurraram até ao precipício.
Agora,nesta escuridão em que mergulhou meu coração prevalece o silêncio hostilizante, apensas interrompido pelo tic.tac do relógio lentamente torturando-me indicando que o tempo passa e não volta a trás, deixando no seu decurso um rastro de destruição. Diz a lenda que o tempo se encarregará de restaurar os seus próprios estragos... Porém todos sabemos que não passa de uma crença ingênua.
Agora que o tempo passou ,tornámo-nos estranhos, outrora fomos amantes em segredo, apenas o nosso cúmplice olhar nos denunciava e deixava transparecer o que de tão grandioso nos ia na alma. Agora, esse mesmo olhar tornou-se um ato reflexivo sem qualquer sentimento nobre.
Passas por mim indiferente á minha dor. Sinto uma vontade indomável de sentir o teu calor uma última vez. Um toque breve e tênue de dedos que no passado se entrelaçaram... E nada mais. Paro na expectativa que chames o meu nome como de uma súplica se tratasse, nada, apenas um silêncio letal e o teu vulto em passo firme a diluir-se na escuridão ...
Passas por mim indiferente á minha dor. Sinto uma vontade indomável de sentir o teu calor uma última vez. Um toque breve e tênue de dedos que no passado se entrelaçaram... E nada mais. Paro na expectativa que chames o meu nome como de uma súplica se tratasse, nada, apenas um silêncio letal e o teu vulto em passo firme a diluir-se na escuridão ...